sexta-feira, 26 de agosto de 2011

PALMEIRAS: UM CLUBE VITORIOSO, SOFRIDO E VIBRANTE!

Cinco meses se passaram após meu último post. Falta de tempo, cansaço e preguiça? Talvez. Não a toa reservei esta data para voltar escrever no Bola na Caixa e expor meus pensamentos referentes ao mundo da bola.

Um dia especial para uma nação sofrida e corneteira, mas não menos vencedora e vibrante. No dia 26 de agosto de 1914 nascia a Sociedade Palestra Itália, como o próprio nome dizia, com raízes italianas. Passados alguns anos, o clube foi obrigado durante a Segunda Guerra Mundial a mudar de nome. Nada que rebaixasse a aura do time. Em 1942, chegou a se chamar Palestra de São Paulo por seis meses, até que o nome Palmeiras, em referência à Associação Athlética das Palmeiras, clube extinto, foi definido.

A história do Palestra é maravilhosa. São 97 anos completados nesta sexta. Assim como muitos clubes possui momentos incríveis e títulos memoráveis, há ocasiões árduas, que merecem serem esquecidas.

Neste dia especial, a ideia é abordar a minha relação com este clube que há mais de 18 anos me faz amar o futebol, ter momentos de êxtase e vibração, mas também derrotas melancólicas e sofridas. Comecei a torcer e vestir o manto alviverde ainda muito pequeno, devido à influência de meu pai. Ele se foi nos primeiros anos da década de 90, mas teve tempo de ver aquele fantástico time que saiu da fila, com jogadores como Cesar Sampaio, Edmundo, Edilson, Zinho, Rivaldo, Roberto Carlos e Evair, que desfilavam em campo com jogadas extraordinárias e gols mirabolantes. Com a morte dele, tive um momento de afastamento ao futebol. A pessoa que me fazia vibrar, assistir jogos juntos não estava mais lá. Enquanto isso, o Palmeiras seguia seus tempos de glórias com o patrocínio da Parmalat, vencendo campeonatos. Quem não se lembra daquele time de 1996, com Cafú, Djalminha, Luizão e Edmundo, que encantava o Brasil?

Eu tinha seis anos, mas me lembro como se fosse ontem a minha primeira vez no Palestra Itália. O Palmeiras jogava com o Paraná, pelo Brasileirão de 1994. Um tio, fanático pelo alviverde, a quem devo e muito por ser palmeirense, me levou ao jogo. Foram momentos fantásticos, terminados com um gol de Antonio Carlos. Mesmo ainda pequeno, sem ter noção do que havia por fora de uma nação tão apaixonada pelo futebol, percebi que torcia o para time certo.

Presenciei vitórias memoráveis em um Palestra Itália lotado, mas as derrotas também vieram, às vezes de formas árduas, que até hoje não se cicatrizaram. Como se esquecer dos jogos com o Cruzeiro no fim dos anos 90. Eram partidas dramáticas, sempre com Fábio Júnior e Marcelo Ramos, pela Raposa, atormentando os zagueiros palmeirenses Cleber, Júnior Baiano e Roque Júnior. Alguns momentos fantásticos, como os títulos da Copa do Brasil, em 1998, e outros dolorosos como a saída do Palmeiras nas quartas de finais do Brasileirão do mesmo ano. E o que falar das partidas diante do Flamengo e Vasco? Tenho orgulho de ter visto aqueles jogos! Não poderia deixar de citar aqueles duelos de gladiadores contra o Corinthians no fim da década. Dois times com grandes jogadores, que levavam as torcidas à loucura.
Em 1999, não estava no Palestra Itália, mas assisti e vibrei com o título mais importante da história do clube. Lembro-me como nunca aquela partida diante do América de Cali. No dia seguinte do título, eu e amigos corríamos na escola com bandeiras, camisa do alviverde, chapéu e bonés vibrando. Um momento único!

Um time não vive apenas de vitórias. Como esquecer aquela final do Mundial de Interclubes no Japão. Combinei com meu tio que assistiria em sua casa. Com o jogo marcado para o início da manhã, um café reforçado tinha que ser feito para aguentar a partida, que seria marcada para a história. Sai da escola rapidamente e vi Marcos, que havia ganhado o apelido de Santo, depois de brilhantes defesas na Libertadores, falhar. Justo ele, um jogador com a cara da torcida, idolatrado por todos. Triste destino. O erro não impediu Marcos de ser um dos maiores jogadores da história do clube.

Em minha opinião, a derrota para Manchester United foi um fato bastante negativo, mas nada em comparação a 2002. O Brasil havia chegado ao pentacampeonato na Alemanha, Marcos mostrou seu arsenal de milagres para o mundo e recusou propostas de clubes exteriores.Mal sabia que precisaria de muitas forças para ajudar o Palmeiras. Em 17 de novembro do mesmo ano, diretoria e jogadores da época manchavam a linda história do clube com o rebaixamento para a segunda divisão. Chorei, xinguei e desabafei. Era como se meu coração tivesse sido esfaqueado. A dor era grande e persiste até hoje. O time de 2002 não era ruim, mas a incompetência dos atletas, da diretoria e uma ajudinha de Luxemburgo, ocasionaram na queda. Recordo-me de um jogo que fui ver contra o Gama. O Palmeiras empatou em 2 a 2. Era uma época em que o time começava a ser chamado de Tabajara. Era doloroso e ao mesmo cômico! A volta a primeira divisão no ano seguinte não foi mais que obrigação. Serviu para trazer a torcida, revelar bons jogadores e unir o time. Fui ao Palestra Itália assistir alguns jogos na Série B e o ambiente era diferente. Os torcedores estavam mais vibrantes, o revés havia unido todas as alas.

Para alguns clubes, a segunda divisão é um passo atrás, mas pode servir como dois à frente. Mas não para o Palmeiras. Muitos se reergueram, mas o alviverde insiste em cambalear. Tudo é diferente neste clube. Vencemos em 2008 a Ponte Preta na final do Paulista, no Palestra. Por sinal, eu estava lá. Comemorei os cinco gols como se fossem os primeiros que havia visto no estádio e chorei como uma criança aquele título. Ver seu time do coração pela TV é bom, mas comemorar um campeonato no estádio, vendo e escutando, batendo no peito e demonstrando a paixão por ele não tem preço.

Porém, o título não serviu para o Palmeiras decolar. Desde então, o clube teve grandes técnicos do Brasil, mas as famosas alas políticas do clube não quiseram vê-lo entre os melhores do país. O poder, a ganância e a vontade de derrubar o rival falaram mais alto.
Ainda tenho esperança de que o clube volte às épocas de glórias. Um sujeito turrão, mas com um coração enorme tem tentado levantar o Palmeiras. Não sei se Luiz Felipe Scolari irá continuar pelos próximos anos, mas tem feito de tudo para manter o alviverde entre os primeiros. Marcos é o símbolo. Às vezes desajeitado nas palavras, fala o que pensa. Tudo com espontaneidade. Tem capacidade e consciência de que pode mudar o clube. Foram muitos anos de serviços prestados. O Santo sofreu demais com as contusões ao longo dos anos de profissão, mas defendeu a meta de forma vitoriosa. Kleber e Valdivia, muitas vezes contestados, tentam trazer a torcida de volta aos estádios e ganhar a marca de ídolos. Por fim, o estádio Palestra Itália, ao contrário do que muitos gostariam, segue sendo reformado. Sem muita mídia e alarde, vai dando passos grandes de modernidade.

Parabéns, Palmeiras!

Nenhum comentário:

Postar um comentário